A BÍBLIA SAGRADA, A BONDADE EVANGÊLICA E O R∴E∴A∴A∴
O Rito Escocês Antigo e Aceito é marcado pela Bíblia Sagrada, em maior ou menor dimensão nas diversas etapas do estudo gradual e sequenciado de seus graus.
Os dois primeiros graus estão voltados para o aperfeiçoamento básico do Ser Humano, demonstrando a necessidade do desprendimento mais da matéria e o ligamento com a parte espiritual.
Exorta e ensina o cultivo da virtude de um modo geral, servindo esse chamamento como alicerce para uso nos graus subsequentes com uma construção alegórica que constitui a teoria desta fase.
A saga de Hiram Abiff bem reflete a dinâmica de todo esse acervo filosófico que desemboca sempre no campo espiritual na medida que se encaminha para o estudo aprofundado do sistema maçônico.
Na fase inefável é focalizada a perseguição dos matadores do mestre Hiram Abiff e sua morte sendo condenadas a vindita e aplicação de Justiça pelas próprias mãos. Toda essa alegoria prossegue no estudo capitular com a reconstrução do Templo de Salomão surgindo as figuras de Zorobabel, Ciro e Dario.
Toda essa narrativa é retirada do Antigo Testamento confirmando que este rito é essencialmente bíblico como já registrado no início desta exposição.
Mas no último grau do capítulo aparece o cristianismo simbolizado pelo crucifixo que não se deve confundir com a cruz. Esta sempre lembra uma reprimenda, enquanto o crucifixo é a expiação concreta e consumada dos três crucificados no Gólgata: Jesus de Nazaré, Dimas, o bom ladrão e Gestas, o malfeitor não arrependido.
A cruz ocupada torna-se crucifixo e quando isolada e sem ocupação é simplesmente um instrumento que foi usado no Direito Romano como castigo de morte.
Jesus de Nazareno, visto como homem, é perfeição, Dimas, o bom ladrão, o arrependimento para alcançar o perdão e Gestas, a continuação da maldade que é o oposto da bondade. Esses três crucifixos são partes integrantes deste último estudo do capitulo conforme interpretações filosóficas e teológicas.
A boa doutrina desse momento realça a Rosa-Cruz e consagra a vitória da luz sobre a escuridão implicando no cultivo evangélico que exprime o sentimento de humanidade pelo amor e pela verdade gnóstica.
Este sentimento repousa nos Evangelhos com destaque de liberdade de emitir pensamentos no seio da sociedade com o propósito de progresso material e espiritual.
E todas essas lições originam-se de Jesus de Nazareno que nos conduz a Bondade Evangélica. Essa bondade inicia a felicidade e justiça dos ensinamentos cristãos levando ao aprimoramento da alma e o encanto das ações voltadas para a ajuda do semelhante. Remove o ódio dos pecadores e transforma a tristeza em alegria. Combate a intolerância e aguça o sentimento de irmandade que é a marca da Maçonaria.
Esse conjunto de virtudes da Bondade Evangélica gerou a Bondade Maçônica.
Autor: Irmão José Geraldo de Lucena Soares
Membro da Loja FRATERNIDADE JUDICIÁRIA, 3614 – Grande Oriente do Brasil
Mestre Instalado, Grau 33″ do rito escocês antigo e aceito