Propaganda Due, Propaganda Dois ou P2, era uma loja maçônica operando sob a jurisdição do Grande Oriente da Itália entre 1945 a 1976
Propaganda Due, Propaganda Dois ou P2, era uma loja maçônica operando sob a jurisdição do Grande Oriente da Itália entre 1945 a 1976 (quando a constituição foi reformada), e uma loja maçônica secreta funcionando ilegalmente (em violação do artigo 18 da Constituição da Itália que proíbe associações secretas) de 1976 a 1981.
Durante os anos em que foi liderada por Licio Gelli, além de conspirar politicamente para assumir o controle dos aparelhos do Estado italiano, a P2 esteve implicada em inúmeros crimes na Itália, incluindo o colapso do Banco do Vaticano – afiliado do Banco Ambrosiano, os assassinatos do jornalista Mino Pecorelli e do banqueiro Roberto Calvi, a manipulação do inquérito relativo ao sequestro de Aldo Moro, o atentado ao Italicus Express, o massacre de Bolonha, o hipotético assassinato de Albino Luciani (o Papa João Paulo I), além de casos de corrupção nacional no escândalo Tangentopoli. As atividades ilícitas da P2 vieram à tona através das investigações sobre o colapso do império financeiro de Michele Sindona.[1]
Entre 1965 e 1981, a loja influiu sobre o processo político italiano através da penetração de indivíduos da sua confiança no Poder Judiciário, no Parlamento, no exército e na imprensa. No período da gestão de Gelli, a P2 conseguiu congregar em segredo pelo menos mil personalidades de primeiro plano, principalmente do mundo político e da administração do Estado italiano, suscitando um dos mais graves escândalos políticos da história da Itália.
A Loja P2 também esteve envolvida na Operação Gladio (Gladio era o nome das organizações paramilitares que operavam nos bastidores da OTAN).
A P2 foi por vezes referida como um “Estado dentro do Estado” ou um “governo sombra”. A loja tinha entre os seus membros proeminentes jornalistas, membros do parlamento, empresários e líderes militares, incluindo Silvio Berlusconi, que mais tarde se tornou primeiro-ministro da Itália, o pretendente da Casa de Savoia ao trono italiano, Victor Emmanuel, e os chefes dos três serviços secretos italianos.
Ao investigar Licio Gelli, a polícia encontrou um documento chamado “Plano para o Renascimento Democrático”, que apelava para a consolidação dos meios de comunicação, a supressão dos sindicatos, e a reescrição da Constituição Italiana.
Fora da Itália, a P2 também foi muito ativa na Suécia, no Uruguai, no Brasil e na Argentina, tendo Raúl Alberto Lastiri, presidente interino da Argentina (entre 13 de julho de 1973 a 12 de outubro de 1973) durante o auge da “guerra suja”, entre os seus membros. Emilio Massera, que fazia parte da junta militar liderada por Jorge Rafael Videla entre 1976 a 1978, José López Rega, ministro da Previdência Social no governo de Juan Perón e fundador da Aliança Anticomunista Argentina (“Triple A”), e o general Guillermo Suárez Mason também eram membros da loja maçônica.
A complexidade e a amplitude das implicações do “caso P2” foram tais que provocaram a promulgação de leis especiais com a finalidade de impedir a formação de associações secretas, com a aplicação do artigo 18 da Constituição da República Italiana. Uma lei especial de 17 de 25 de janeiro de 1982 dissolveu definitivamente a P2 e tornou ilegal o funcionamento de associações secretas com objetivos semelhantes, implementando o segundo parágrafo do artigo 18 da Constituição italiana.
Fonte:- https://pt.wikipedia.org/wiki/Loja_P2,_Propaganda_Dois
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