Sessão a Céu Aberto no Histórico Forte de Itaipu – Pari Grande/SP.
Praia Grande, 08 de Novembro de 2025 — A Maçonaria Paulista realizou um evento de magnitude histórica e fraterna: uma Sessão a Céu Aberto nas instalações do renomado 2º Grupo de Artilharia Antiaérea (2º GAAAe), sediado na imponente Fortaleza de Itaipu, em Praia Grande. Este encontro ímpar, que remete à tradição dos maçons operativos de se reunirem nos canteiros de obras, foi um marco inesquecível para todos os presentes.
O evento, organizado com o empenho do Venerável Mestre Irmão Rodrigo Vieira Cardoso, no dia 08 de novembro de 2025, sábado, com início da concentração às 09:30 horas.
A Sessão Magna teve o início pontualmente às 10:00 horas, contando com a presença de diversas Autoridades Maçônicas de diferentes Potências e Lojas, reafirmando o espírito de união e colaboração da Ordem.
Um dos pontos altos da Sessão foi a apresentação de uma breve, mas poderosa, palestra ministrada pelo ilustre Irmão OSVALDO ZAGO, que discorreu sobre a crucial temática da Justiça Maçônica, trazendo luz e reflexão aos princípios que regem a Ordem.
A Justiça Maçônica é uma temática crucial que transcende o mero aparato legal ou processual. Ela é um dos pilares éticos e morais que regem a Ordem, sendo um valor fundamental que o Maçom deve aplicar tanto no seu Templo interior quanto em suas relações na sociedade profana.
1. Justiça como Pilar Ético e Moral
No contexto maçônico, a Justiça está profundamente ligada aos conceitos de Equidade e Retidão.
O Princípio da Equidade: A Justiça Maçônica não se contenta apenas com a “letra fria da lei”; ela busca a equidade, que é a adaptação da lei ao caso concreto, considerando a intenção e as circunstâncias. Isso garante que o julgamento seja justo, fraterno e humano.
O Símbolo do Nível: O Nível, uma das Joias Móveis da Loja, simboliza que todos os Maçons, independentemente de sua posição social ou grau, são iguais perante a Ordem e as Leis. A Justiça deve ser aplicada de forma igual a todos.
2. A Justiça no Contexto da Loja (Justiça Intra Maçônica)
Dentro da Maçonaria, a Justiça se manifesta em duas vertentes principais:
Justiça Ritualística e Administrativa: Refere-se à aplicação correta dos rituais, das Constituições e dos Regulamentos da Potência. O Venerável Mestre e os Vigilantes têm o dever de manter a Ordem e a Disciplina em Loja, garantindo que os trabalhos sejam conduzidos de forma harmoniosa e regular, como o Grande Arquiteto do Universo deseja.
Justiça Disciplinar (O Direito Maçônico): Este é o aparato que visa corrigir e disciplinar os desvios de conduta dos Irmãos. O Direito Maçônico não tem o objetivo de punir de forma vingativa, mas sim de corrigir, regenerar e preservar a harmonia do Corpo Maçônico. Os tribunais maçônicos atuam como uma instância de reflexão e reparação.
3. O Dever Maçônico na Justiça Profana
A Maçonaria ensina que, após desbastar a Pedra Bruta no Templo, o Maçom deve ir para o mundo e praticar o que aprendeu.
Combate à Tirania e à Corrupção: Historicamente, a Maçonaria tem se posicionado na defesa da Justiça Social e no combate à tirania e à corrupção. O Maçom é convocado a ser um agente de mudança, promovendo a moralidade e a legalidade em todos os ambientes que frequenta.
A Palavra e a Ação: O Maçom deve agir com Retidão em suas profissões e comunidades, usando sua influência não para proveito próprio, mas para garantir que os mais fracos e necessitados encontrem amparo e justiça.
A reflexão sobre a Justiça Maçônica, portanto, é um convite constante ao autoexame: para sermos juízes justos de nossas próprias ações antes de julgar as ações de nossos Irmãos e da sociedade, sempre sob a régua da Moral, da Lei e da Fraternidade.
Na sequência, em um momento de enriquecimento cultural e histórico, o Comandante do 2º GAAAe e Tenente Coronel de Artilharia, Sr. Antônio Celso Fernandes Neves, fez uma explanação detalhada sobre a rica história do Forte de Itaipu. Conhecida como a maior obra de engenharia militar do Estado de São Paulo e uma importante fortificação centenária, o local oferece o cenário perfeito para a reflexão sobre os valores de Pátria, dever e honra.
O Forte de Itaipu, localizado no município de Praia Grande, litoral de São Paulo, é um monumento histórico e militar cuja riqueza vai além da sua função defensiva. É um local que serve de cenário perfeito para a reflexão sobre os valores de Pátria, dever e honra, como bem destacado.
Conhecido como a maior obra de engenharia militar do Estado de São Paulo em sua época, o Forte possui uma história centenária e uma arquitetura impressionante, destacando-se como um dos principais pontos turísticos e militares da Baixada Santista.
1. A Construção e o Contexto Histórico
O Forte de Itaipu foi erguido no início do século XX, num período em que o Brasil buscava modernizar e reforçar suas defesas litorâneas após a Proclamação da República e sob a influência das novas tecnologias militares globais.
Necessidade Estratégica: A Baixada Santista, com o Porto de Santos, sempre foi de vital importância econômica e estratégica para o Brasil. A fortificação era essencial para proteger o acesso marítimo ao Porto e à cidade de São Paulo.
Início da Construção: As obras começaram por volta de 1902, utilizando técnicas de engenharia avançadas para a época, que justificam o reconhecimento como a maior obra do gênero no estado.
Nome Oficial: Seu nome oficial é Forte Duque de Caxias, mas a designação popular e mais conhecida, “Forte de Itaipu”, vem da sua localização na Praia de Itaipu.
2. A Engenharia Militar e Arquitetura
O projeto do Forte, que mobilizou grande esforço de engenharia, foi desenhado para ser uma estrutura robusta e autossuficiente, capaz de resistir a ataques navais prolongados:
Concepção: O forte foi projetado com plataformas de concreto armado (uma inovação na engenharia militar brasileira) para abrigar peças de artilharia de grande calibre, muitas delas importadas da Alemanha e dos Estados Unidos.
Organização: A fortificação é composta por baterias de artilharia dispostas estrategicamente na encosta do Morro de Itaipu, além de casamatas, paióis subterrâneos e túneis de ligação, que demonstram a complexidade da obra.
Função: Sua missão principal era impedir a entrada de navios inimigos na foz do estuário de Santos.
3. O Legado e a Missão Atual
Embora não tenha sido testado em grandes batalhas internacionais, o Forte de Itaipu cumpriu seu papel de dissuasão e de base de treinamento essencial para o Exército Brasileiro ao longo do século XX.
Unidade Militar: O Forte abriga hoje o 2º Grupo de Artilharia Antiaérea (2º GAAAe), uma unidade do Exército que, embora não se dedique mais à defesa costeira tradicional, mantém a missão de defesa antiaérea, utilizando o local para treinamento e como quartel.
Patrimônio: O Forte é considerado um patrimônio histórico e militar, e suas instalações são frequentemente abertas para visitação e eventos cívicos. O local oferece uma vista panorâmica espetacular da costa.
Valores de Pátria, Dever e Honra: Como uma fortificação centenária mantida pelo Exército, o Forte de Itaipu é um símbolo vivo dos valores militares de disciplina, dedicação e serviço à Pátria. A realização de eventos cívicos e, como no caso da Maçonaria, de sessões que reforçam a cidadania, atesta a relevância do Forte como um espaço de reflexão sobre o dever para com a nação e a honra de servir à comunidade.
O Forte de Itaipu, portanto, é mais do que uma estrutura de cimento e ferro; é um marco que resume parte da história de defesa e soberania do Brasil.
Autoridades maçônicas presentes:- Anibal Martinez Coordenador do evento, Grande Representante da Costa Rica, Secretário de Transporte e Hospedagem – ACAM, Rui Correa Presidente da PAEL-SP GOB-SP e Grão-Mestre Estadual de Honra do GOB-SP, Fernando Henrique De Oliveira Matos Procurador do GOB-SP, Neiton Myrton Priebe Grande Patriarca Regente do Rito Adonhiramita Gestão 2025-2028, Antônio Alexandre da Mata Grande Representante da China.
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Por Fernando Colacioppo
Rede Colmeia
